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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A ONDA -SÍNTESE



A ONDA
SÍNTESE DO FILME












Pensando gestão rural – e o estudo e a vida de brasileiros no exterior

Coluna Jornal O Alto Uruguai- 05.09.2013



Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 


Pensando gestão rural – e o estudo e a vida de brasileiros no exterior
Viver ou estudar no exterior é o sonho de muitas pessoas. O conhecimento de um novo país, de uma nova cultura e de uma nova língua, pode proporcionar um crescimento pessoal, além de profissional, muito grande. Prova disso, é o estudo coordenado por Letícia Bicalho Canedo, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e financiado pela FAPESP, que verificou que grande parte dos dirigentes brasileiros passaram por uma especialização internacional.
A educação no exterior não é novidade no Brasil, já que existe desde o período colonial – a partir de 1530, principalmente a nível universitário. Porém na atualidade este fenômeno é verificado com maior frequência, se estendem a novos grupos sociais e, além disso, se dão ao longo de todos os níveis de escolarização (Aguiar, A. Estratégias educativas de internacionalização: uma revisão da literatura sociológica, 2009).
Muitos benefícios podem ser citados a partir de diferentes autores, sobre os benefícios de um estudo no exterior, como maior cultura política, desenvolvimento de uma cultura cosmopolita – “cidadão do mundo”, acumulação de competências lingüísticas, constituição de uma rede de sociabilidade nos diferentes países e constituição de uma rede de sociabilidade nos diferentes países.
Os pais avaliam a experiência acadêmica internacional dos filhos de diferentes formas, podendo ter um caráter mais utilitarista, ou seja, o estudo no exterior pode aumentar as chances escolares e profissionais futuras; ou ter uma perspectiva identitária, ou seja, uma formação mais ampla de valores, da personalidade e da autonomia pessoal (Prado, C. L. “Intercâmbios culturais” como práticas educativas em famílias das camadas médias, 2002).
Vale ressaltar que o estudo no exterior é incentivado também por países desenvolvidos, prova disso, é a Declaração de Bolonha assinada inicialmente por 30 países europeus e que lançou o Processo Bolonha que visa introduzir um sistema de graus académicos facilmente reconhecíveis e comparáveis, promover a mobilidade dos estudantes, dos professores e dos investigadores, assegurar a elevada qualidade da docência e incorporar a dimensão europeia no ensino superior. Na atualidade 47 países integram o processo Bologna na europa (União Europeia, Processo de Bolonha: estabelecimento do Espaço Europeu do Ensino Superior).
No Brasil, o programa oficial que incentiva experiências acadêmicas internacionais é o Programa Ciências sem Fronteiras. Este programa criado em 26 de julho de 2011 busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos, distribuídas em Doutorado Sanduíche – 15.000 bolsas; Doutorado Pleno – 4.500 bolsas; Pós-doutorado – 6.440 bolsas; Graduação Sanduíche – 64.000 bolsas; Desenvolvimento tecnológico e inovação no exterior – 7.060 bolsas; Atração de jovens talentos no Brasil – 2000 bolsas; Pesquisador visitante especial no Brasil – 2.000 bolsas.
Se por um lado a educação realizada, ou pelo menos parte dela, no exterior, pode contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional e por isso é incentivada, por outro lado a imigração irregular para o exterior preocupa o Governo Federal. Um estudo recente revelou que em 2007 havia 3.044.762 brasileiros e que 55% destes estão em situação irregular. Os países que concentram brasileiros com maior situação de irregularidade são os Estados Unidos e a Inglaterra (Marinucci, R. brasileiros e brasileiras no exterior, 2008). É sabido que imigrantes irregulares não têm apoio jurídico ou médico, e por isso, esta situação é desencorajada.
Para finalizar, fica o convite aos jovens e profissionais que desejam aprimorar os conhecimentos científicos e técnicos, para que aproveitem as oportunidades internacionais oferecidas pelo país na atualidade.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e o conceito de “FoodOmics”

Coluna Jornal das Missões- 29.08.2013


Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 


Pensando gestão rural - e o conceito de “FoodOmics”

A nutrição humana foi entendida até recentemente como o atendimento de uma necessidade mínima de nutrientes para suprir a demanda diária nutricional do organismo. Porém, na atualidade se discute de forma científica a função destes nutrientes na manutenção da saúde e na redução dos riscos de doenças (Capozzi, F. & Bordoni, A., Foodomics: a new comprehensive approach to food and nutrition, 2013).
Os autores Arola-Arnal et al. (How does foodomics impact optimal nutrition?, 2013), descrevem que existem cinco padrões nutricionais que ocorreram ao longo da história. O primeiro deles, conhecido como paleolítico, é caracterizado por uma dieta saudável mas que é neutralizada por doenças infecciosas – aquelas doenças transmissíveis que são causadas por agentes biológicos, como vírus, bactérias ou parasitas, que resultam em uma expectativa de vida de curta duração.
O segundo padrão nutricional, que inicia aproximadamente 8000 anos antes de Cristo, é caracterizado pelo aumento populacional, início da modernização da agricultura, poucos avanços na prevenção de doenças ou tratamentos resultando em uma piora no status nutricional e em uma baixa expectativa de vida. No terceiro padrão nutricional que se estende até 1000 anos depois de Cristo, ocorre uma elevação da renda, a oferta limitada de alimentos é apenas transitória e a sociedade ainda é sensível a eventos naturais, resultando em uma condição nutricional instável.
O quarto padrão nutricional, que ocorre a partir de 1750, está presente nas sociedades atuais desenvolvidas ou em desenvolvimento e abrange um aumento da renda e a adoção de conceitos como globalização, urbanização e marketing. Apesar de um aparente progresso, têm sido observadas alimentações excessivas e dietas não saudáveis que provocam doenças anteriormente não conhecidas, estes fatores resultaram no aumento da expectativa de vida, porém na baixa qualidade de vida. Já o quinto padrão nutricional, envolve uma mudança no comportamento que neutraliza as características negativas do padrão anterior. O processo de envelhecimento é mais bem entendido e os problemas derivados da falta de atividades físicas e dietas não saudáveis são superados.
É importante destacar que por mais que estes cinco padrões nutricionais descrevam a história dos padrões nutricionais de uma sociedade, a maioria destes padrões alimentares coexiste no mundo de hoje. Os padrões 2 e 3 podem estar presentes em países menos desenvolvidos enquanto os padrões 4 e 5 existem nas sociedades em desenvolvimento e desenvolvidas. O quinto padrão alimentar é considerado, segundo os autores, como o mais desejado, porém, melhoria da qualidade de vida, prevenção de doenças e envelhecimento com saúde, por meio de uma nutrição adequada, são ainda objetivos a serem atingidos.
Para contribuir com este desafio, foi desenvolvido o conceito de FoodOmics, que nada mais é do que o estudo e a análise de forma exaustiva dos efeitos de estímulos externos (os alimentos), no genoma – que se refere ao DNA, ácido desoxirribonucléico, de uma célula; no proteoma - que se refere as proteínas de uma célula; no metaboloma - que se refere aos metabólitos de uma célula; e no transcriptoma - que se refere ao RNA, ácido ribonucléico, de uma célula, por meio da bioinformática para entender a vida de forma holística, como um sistema (Cifuentes, A. FoodOmics: principles and applications, 2013).
As aplicações das tecnologias relacionadas à FoodOmics (genomics, proteomics, metabolomics, transcriptomics) estão relacionadas com identificação dos efeitos de contaminantes alimentares no DNA e em outros componentes celulares, é possível ainda, estudar as relações entre ingestão de determinados alimentos e a prevenção de doenças. Nos vegetais, as tecnologias relacionadas à FoodOmics podem contribuir para a investigação dos efeitos de determinadas tecnologias, como as alterações genéticas, em outros componentes celulares dos vegetais e animais (Davies, H. A role for ‘‘omics” technologies in food safety assessment, 2010).
O conceito de FoodOmics foi definido e publicado em revistas cientificas no ano de 2009, quando também aconteceu a primeira conferência sobre FoodOmics em Cesena, Itália. Para finalizar se questiona: como está a sua alimentação? Em quais dos estágios dos padrões alimentares você se encontra?


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e a situação energética no Brasil (CSP)

Coluna Jornal das Missões- 15.08.2013


Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 
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Pensando gestão rural - e a situação energética no Brasil (CSP)
A energia é um item essencial para a vida humana, assim como a água e o ar. A energia humana e animal foram às energias mais utilizadas no início do desenvolvimento das sociedades. Posteriormente a lenha passou a ser utilizada pelo homem para o aquecimento e preparação dos alimentos. Porém, com o aumento da população e com o desenvolvimento das atividades econômicas, não somente aquelas ligadas a agricultura, outras fontes energéticas começaram a ser utilizadas, como o carvão mineral e os derivados do petróleo - gasolina e o diesel. As primeiras petrolíferas surgiram por volta de 1850.
Um dos itens utilizados para verificar o grau de desenvolvimento de um país é a oferta e o consumo de energia, expressa em toneladas equivalente de petróleo - tep, que representa também o acesso a bens de consumo essenciais e a serviços de infraestrutura pela população. Uma tonelada de petróleo equivale a 10 milhões de quilocalorias (kcal) (Goldemberg & Lucon, 2007).
No Brasil, a oferta interna de energia foi de 1,29 tep por habitante em 2007, oferta energética inferior a média mundial de 1,8 tep por habitante (Vichi & Mansor, 2009), inferior também a oferta de energia primária de 14,6 tep na Islândia e a 9,6 tep em Luxemburgo, mas superior ao continente africano, que apresenta uma oferta de menos de 1 tep no mesmo período (OECD, 2009). Alguns estudos indicam que quando a oferta de energia per capita é inferior a uma tonelada equivalente de petróleo por ano, as taxas de analfabetismo, mortalidade infantil e fertilidade são altas, enquanto a expectativa de vida é baixa.
O cenário energético atual do Brasil, com referência ao ano de 2012 segundo o Balanço Energético Nacional realizado pelo Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (2013), aponta para um consumo de 42,4% de energias renováveis (maior do que a média mundial de 14%), e 57,6% de energias não renováveis. As energias renováveis incluem derivados de cana-de-açúcar - 15,4%, hidráulica e eletricidade - 13,8%, lenha e carvão vegetal - 9,1% e as energias não renováveis incluem o gás natural - 11,5%, carvão mineral e derivados - 5,4%, petróleo e derivados - 39,2% e urânio e derivados - 1,5%.
Os setores que mais consomem energia no Brasil são: indústrias – 35,1%; transporte: 31,3%, residencial: 9,4%, setor energético – 9,0%, agropecuária – 4,1%, serviços, 4,5%. O consumo total de energia em 2012 foi de 283,6 milhões de tep. Para 2030 se espera um consumo variando entre 309 e 474 milhões de tep para uma população projetada de 238 milhões de habitantes (MME, 2007).
O setor energético é responsável pela emissão de aproximadamente 2/3 dos gases que provocam o efeito estufa, já que mais de 80% da energia global consumida é proveniente de combustíveis fósseis - carvão mineral, petróleo e gás natural. Os países que não integram a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento – OCED, são responsáveis na atualidade por 60% das emissões globais. A china é o segundo país com maior consumo energético global, atrás somente dos Estados Unidos. A China é também o maior emissor mundial de gases que provocam o efeito estufa. Alguns estudos indicam que em maio de 2013, a concentração de gás carbônico na atmosfera foi superior a 400 partes por milhão pela primeira vez em centenas de anos (International Energy Agency, 2013).
É sabido que a concentração excessiva de gás carbônico na atmosfera é um dos principais fatores responsáveis pelas alterações climáticas que podem provocar maior freqüência e intensidade de fenômenos extremos, como tempestades, enchentes, ondas de calor além da elevação do nível do mar e aumento das temperaturas médias.
Para concluir se destaca que temas relacionados a bioenergia, eficiência energética e energias renováveis, podem permanecer com um dos principais temas de estudos para atender de forma sustentável o desenvolvimento dos países.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e a energia heliotérmica no Brasil (CSP)

Coluna Jornal das Missões- 15.08.2013



Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 
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Pensando gestão rural - e a energia heliotérmica no Brasil (CSP)

A energia solar é a energia mais abundante do planeta. Na atualidade existem quatro tecnologias disponíveis para captar a energia solar (1) Energia solar concentrada - Concentrated Solar Power - CSP, que no Brasil, foi denominada de energia heliotérmica; (2) Energia Fotovoltaica; (3) Energia solar térmica; (4) Energia solar de combustíveis. A energia heliotérmica trata da energia elétrica produzida a partir da concentração da irradiação solar direta. A irradiação solar é determinada pela quantidade de radiação solar incidente por unidade de área, dada em watt hora por metro quadrado (Wh/m²). Guimarães et al. destacam no texto “Caracterização dos sítios potenciais na região do semi-árido brasileiro para implantação de sistema piloto heliotérmico de geração elétrica” (2004), que a energia heliotérmica pode ser obtida por meio de quatro fases: (1) coleta da irradiação solar; (2) conversão da irradiação solar em calor; (3) transporte e armazenamento do calor; (4) conversão final do calor em energia. A captação da irradiação solar é feita por meio de dois principais sistemas: torres centrais e cilindros parabólicos. No Brasil, a região do semiárido é a que apresenta maior potencial de utilização deste sistema, já que dispõe das melhores condições de irradiação solar direta devido à baixa intensidade de nuvens e reduzido volume de precipitação. Em abril de 2013 foi anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o primeiro projeto piloto da América Latina sobre Energia Solar Concentrada (CSP) em Petrolina, Pernambuco, que está sendo realizado em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Governo da Alemanha (GIZ). Este projeto irá gerar um megawatt de energia. De acordo com o Instituto de Energia SBC (Schlumberger Business Consulting – 2013) as regiões com maior potencial de utilização da energia solar concentrada no mundo são: o Oriente Médio, Norte da África, Austrália, África do Sul; e algumas áreas dos Estados Unidos, Chile, Espanha, Índia e Deserto de Gobi (China) - regiões consideradas áridas ou semiáridas. Os sistemas de energia solar concentrada possuíam uma capacidade instalada de 2,8 Gigawatts ao redor do globo no final de 2012, e as projeções apontam para uma capacidade instalada de 11 GW até 2017. A Espanha é país detentor da maior capacidade instalada do mundo para produção de energia heliotérmica - 1,8 GW. O primeiro projeto implantado com energia heliotérmica foi nos Estados Unidos, entre 1985 e 1991, na região da Califórnia, com uma capacidade de gerar 354 MW de energia elétrica. Alguns estudos têm sido feitos para verificar o potencial de utilização da energia solar concentrada para outros fins, e não somente a energia elétrica. Munir & Hensel (2010) utilizaram refletores parabólicos Scheffler na destilação de plantas aromáticas e medicinais, como Melissa, pimenta e alecrim. Os refletores parabólicos também têm sido utilizados para preparar alimentos, principalmente na Índia e no continente africano (Scheffler, 2013). Por fim se destaca que a energia heliotérmica é uma energia limpa, renovável e pode contribuir com a redução das taxas de gás carbônico na atmosfera. Muitos estudos precisam ser feitos para aumentar a eficiência e a viabilidade econômica destes sistemas, prova disso, é chamada de projetos de pesquisa na área de energia heliotérmica realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, no início de agosto de 2013 e que encerra no dia 16 de setembro de 2013, por meio do Programa iNoPa – Programa Novas Parcerias Integradas.


sábado, 10 de agosto de 2013

Dia dos Pais - Ao meu pai José Carlos( Barroso)

Oi, PAI! Tô com tantas saudades de você que nem cabe no meu corpo... são saudades boas, do tempo em que íamos ao Madeira, lembra¿  Você a pé e eu na bicicleta comprada de segunda mão e pintada pelo senhor na cor azul. Ficou tão bonita! Eu adorava aquela bicicleta e mais que tudo, as nossas idas ao ‘Madeira’.
Lembro-me das vezes em que ia ao encontro do senhor, na saída da extinta RFFSA e havia uma banca de frutas, bem abaixo da paineira e, sempre que tinha e o senhor podia comprar, levávamos carambolas, aliás, o senhor é o Pai da natureza, das frutas, dos passarinhos, galinhas, bichinhos... o verde ficou menos verde sem o senhor...
Durante a semana, pelas manhãs, eu ia para a escola e voltava para o almoço com todos na casa, mas à tarde, era o período do dia mais aflitivo para mim, pois eu pensava no senhor andando em meio aos vagões e trilhos e sentia muito peso no meu coração. Eu tinha muito medo que sofresse um acidente lá, mas quando davam horas da tua volta, eu ia correndo esperar lá for e sentia um alívio enorme quando via meu pai gordinho e amado, sorrindo para mim. Era um tempo tão feliz, apesar de tantas dificuldades, PAI!
Lembra da vez que o senhor me esperou feliz da vida, na porta de casa e disse-me: Líbia, seu telefone saiu, veja que bom! ’”Você vai dar uma entrada e parcelar o restante’.” Eu disse que tinha medo de não conseguir pagar, mas o senhor não me deixou desistir, aconteceu o mesmo com a faculdade num tempo em que manter-se na faculdade era um privilégio de poucos, mas o senhor queria que eu estudasse mais e dizia que isso (os estudos) ninguém tiraria de mim.
Houve um dia, não sei se o senhor se lembra, mas eu deveria ter uns 4 anos e brincava sobre a tua barriga e resolvi  escutar teu coração batendo, mas não consegui e , lembro-me como se fosse hoje que comecei a chorar pensando que o senhor ia morrer...mas o inevitável aconteceu 30 anos depois desse dia e hoje estou aqui para conversar um pouquinho sobre o amor que sinto pelo senhor  que foi  exemplo de pai, marido , homem honrado...dizer que TE AMO!!  e que está sempre comigo, de verdade, está sempre bem perto de mim.
A Gabi está linda, pai! Sinto tua colaboração em cada momento difícil superado, em cada conquista, em cada reencontro com a mãe, meus irmãos, minha irmã, a tia Tereza e o tio Jorge (seus irmãos que estão aqui).
Amanhã é o dia dedicado oficialmente aos Pais, mas para mim esse dia é todos os dias, porque você vive dentro de mim e é refletido por cada pessoa da família.
Agradeço por tudo que fez por nós (família) e a Deus pela oportunidade de me tornar tua filha e ser da família que sou. TE AMO, TE AMO, TE AMO!!!Você é muito importante para nós, PAI!!
Um beijo enorme... se puder aparece em sonho para dar aquele abraço ...fica com Deus e Feliz dia dos Pais, meu amor!!

Líbia Aparecida Carlos

domingo, 4 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e a extensão rural no Brasil

Coluna Jornal das Missões- 08.08.2013


Carolina Bilibio é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras, com estágio na Universidade de Kassel, Alemanha. Possui graduação em agronomia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Foi bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br
 
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Pensando gestão rural - e a extensão rural no Brasil
A extensão rural pode ser entendida como o serviço de educação não formal de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais (Associação Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – ASBRAER, 2012).
A implantação da extensão rural no Brasil iniciou-se por volta de 1950, com a Revolução Verde. A Revolução Verde “foi um programa que tinha como objetivo explícito contribuir para o aumento da produtividade agrícola no mundo, através do desenvolvimento da genética, multiplicação de sementes adequadas a diferentes condições e resistentes às doenças, bem como a aplicação de técnicas agrícolas ou tratos culturais mais modernos e eficientes” (Argemiro Jacob Brum, Modernização da agricultura: trigo e soja, 1988). O programa foi idealizado e patrocinado, inicialmente pelo Grupo Rockefeller, com sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Este grupo era constituído, por especialistas em genética, edafologia, fitotecnia e um grande número de agrônomos.
Naquele momento, os teóricos julgavam que o atraso do país era devido ao tipo de agricultura desenvolvida na época, de forma “arcaica” e atrasada. Desta forma, a introdução de infraestrutura de produção, principalmente em relação ao uso de sementes certificadas, adubos e equipamentos, e o controle da articulação dos produtores, por meio da assistência técnica e orientação do crédito rural, era vista como a solução para o desenvolvimento do país. Por isso, em 1956 foi criada a Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural – ABCAR, com o apoio do governo do Presidente Juscelino Kubitschek. Em 1975, foi implantado pelo governo do Presidente Ernesto Geisel, o Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural – Sibrater, coordenado pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – Embrater e executado pelas empresas estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural nos estados, as Emater.
Em 1990 a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural foi extinta pelo Presidente Fernando Collor de Mello, este governo desativou ainda a Sibrater e abandonou os esforços realizados para garantir o Serviço de Extensão e Assistência Técnica no Brasil. Em 2003, foi criada a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, que por meio do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural tinha como objetivo a melhoria da renda e da qualidade de vida das famílias rurais, a partir do aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de mecanismo de acesso a recursos, serviços e renda, de forma sustentável.
Em junho de 2013, o Governo Federal assinou o projeto de lei que cria a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - ANATER. As áreas prioritárias desta agência serão a cadeia produtiva do leite, a produção na região do semiárido com tecnologias de convivência com a seca, a agricultura orgânica e de baixo carbono e no acesso às tecnologias avançadas, como agricultura de precisão, automação e cultivo protegido.
É preciso destacar que durante a Revolução Verde, o objetivo da extensão rural era o de formar novos e bons agricultores, capazes de adotar as novas técnicas, principalmente os médios e grandes produtores. A função do extensionista era a de difusão de tecnologias, o que contribuiu para o agravamento dos danos ambientais e sociais, com uma grande porção de agricultores marginalizados do processo, a industrialização da agricultura, a dependência de insumos externos e o êxodo rural.
Já na atualidade a extensão rural pública realizada por meio das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATERs,  tem entre os seus principais objetivos a assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades do campo. A extensão rural deveria ainda buscar a valorização de tecnologias de menor custo e o uso de recursos energéticos locais, ser baseada em conhecimento e tecnologias apropriadas e com foco na sustentabilidade dos sistemas produtivos e nos princípios da Agroecologia (Caporal & Costabeber, “Por uma nova extensão rural: fugindo da obsolência”, 2004). Por fim, o serviço de extensão rural para os médios e grandes produtores fica nos dias de hoje a cargo de cooperativas, associações rurais e empresas privadas de assistência técnica.


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Pensando gestão rural - e os desafios e as vantagens dos trópicos

Coluna Jornal o Celeiro - 28.09.2012
          
               
Pensando gestão rural - e os desafios e as vantagens dos trópicos

                Entre os dias 11 e 18 de setembro de 2012 aconteceu na Universidade de Giessen, Alemanha, o curso de verão: desafios e as vantagens dos trópicos. Os 25 participantes de três continentes, Africa, Asia e América latina, foram convidados pelo Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico para participar do curso e posteriormente atender o Tropentag, dia dos (Sub) Trópicos, na Universidade de Göttingen, Alemanha, entre os dias 18 e 21 de setembro. Os temas discutidos incluiram: Agricultura e segurança alimentar; Gestão da água; Energia renovável para o desenvolvimento e segurança; Conservação da biodiversidade; Gestão geral de recursos.
                Os principais desafios discutidos relacionados aos temas foram: (1) necessidade  de intervenções tecnológicas e formulação de programas de desenvolvimento que visem produtividades mais elevadas das principais culturas agrícolas, já que a atividade econômica predominante da região dos trópicos é agricultura e o desenvolvimento atual desta atividade não está sendo suficiente para garantir o abastecimento de alimentos na região; (2) necessidade de desenvolver mecanismos para aumentar a quantidade e qualidade da água na região dos trópicos; utilização de água residual; tratamento de água; mecanismos de cobrança de água; (3) conscientização da importância da utilização da energia renovável e a necessidade de cooperação regional para aumentar a capacidade de investimento no setor, mitigando desta forma, os altos custos dos investimentos iniciais; (4) manutenção das práticas tradicionais sustentáveis das comunidades locais que atendam também as demandas econômicas; (5) formulação de políticas públicas participativas; troca de experiências entre países que possuem boas práticas de gestão dos recursos naturais; cumprimentos de leis; gestão do uso e disponibilidade da terra; (6) necessidade de pesquisa sobre os principais impulsionadores e também barreiras para a integração regional como estratégia para a competitividade global; cuidado com aplicações de pronunciamentos globais a nível regional e local, para evitar abordagens de uma solução única.
                Os temas foram discutidos por meio de apresentações realizadas pelos pesquisadores-participantes, entre as quais destacou-se a intervenção do Ministro da Agricultura da Índia, o qual descreveu que a Índia tem sua economia baseada na agricultura, que consome 56% da força de trabalho e contribui com mais de 16% do Produto Interno Bruto. As principais culturas cultivadas são: trigo, arroz, milheto, oleagionas/leguminosas, frutas e vegetais. Os desafios da agricultura na Índia são: baixa mecanização; domínio de pequenas propriedades, mais de 80% dos agricultores tem menos de 1 (um) hectare; baixa produtividade de grãos; elevada exploração de águas subterrâneas; baixo valor agregado dos produtos; baixa fertilidade dos solos; incerteza nos preços agrícolas. Consequentemente, as medidas dos programas governamentais para desenvolver o setor incluem demonstrações de técnicas de conservação do solo e da água, demonstrações de técnicas que visem o aumento de produtividade, disponibilidade de crédito para aumento da mecanização, promoção da micro irrigação.
                Outra intervenção com contribuições importantes foi realizada pelo Diretor Geral do Instituto da Conservação da Biodiversidade da Etiópia, o qual destacou o papel da agrobiodiversidade (ou biodiversidade agrícola) para a segurança alimentar e adaptação às alterações climáticas, enfatizando que a agrobiodiversidade promove a manutenção da fertilidade do solo, controle de doenças e pragas, manutenção do ciclo hidrológico, controle da erosão, sequestro do carbono.
                Por fim, destaca-se que o curso teve como objetivo final, a formação de networks para o desenvolvimento de futuros projetos de pesquisa entre os países /instituições participantes.
               Fotos retiradas por líbia Aparecida Carlos
Países dos participantes do curso na Universiade de Giessen                                 Participantes do curso na Universidade de Giessen

Carolina Bilibio, é doutora em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Lavras/UniKassel. E-mail para contato: carolina.bilibio@yahoo.com.br