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segunda-feira, 17 de março de 2014

Pensando gestão rural – e o conceito de lifelong learning...

Coluna da Semana - 16.03.2014

Coluna de Carolina Bilibio- Jornal O Alto Uruguai
16.03.2013

Pensando gestão rural – e o conceito de lifelong learning...
Coluna da Semana - 16.03.2014

 

Coluna  de  Carolina Bilibio- Jornal O Alto Uruguai
16.03.2013

Pensando gestão rural – e o conceito de lifelong learning...

Lifelong learning é um conceito que tem mudado a nossa forma de ver e de inserir a aprendizagem no nosso dia a dia e em nossa vida. Mas afinal, o que é “lifelong learning”? “Lifelong learning” é a construção contínua de habilidades e conhecimentos durante toda a vida de um indivíduo que busca de forma permanente, voluntária e automotivada, o desenvolvimento por razões pessoais ou profissionais (Hwang & Seo, 2012).
Collins (2009) destaca que não existe um conceito universalmente aceito de “Lifelong learning”, porém, apresenta o conceito elaborado pela Commission for a Nation of Lifelong Learners, como “um processo contínuo (nunca pára) e solidário (não é feito sozinho) que incentiva e encoraja indivíduos... para adquirir conhecimentos, valores, habilidades e entendimentos (mais do que sabemos) que serão necessários durante toda a vida (desde a primeira respiração até a última)... e para aplicar estes conhecimentos com confiança, criatividade e alegria (é positivo e gratificante) em todas as funções, circunstâncias e ambientes (e não somente em nossa vida profissional)”. 
Até 1980, a aprendizagem não era considerada um processo de uma vida inteira. Isso aconteceu depois da abordagem de Malcolm Shepherd Knowles, especialista em educação de adultos, que defendeu a ideia de que “Lifelong learning” seria um princípio organizacional de toda a educação (Laal et al, 2014).
Várias formas de aprendizagem, incluindo a aprendizagem formal, não formal e informal, se unem para formar “lifelong learning” (Laal et al., 2014): (a) a aprendizagem formal é a aprendizagem que acontece em um contexto organizado. É a aprendizagem direcionada para um reconhecimento formal, certificado; (b) a aprendizagem não formal, inclui o aprendizado incorporado em atividades planejadas que não são explicitamente destinadas a aprendizagem, como habilidades adquiridas no local de trabalho; (c) aprendizagem informal, é aquela que resulta de atividades relacionadas à família, trabalho ou lazer. Pode ser considerada uma aprendizagem experimental ou acidental.
A aprendizagem pode acontecer em qualquer momento de nossa vida e em qualquer lugar (Laal et al., 2014; Laal, 2011). Por exemplo: (a) 0-5 anos de idade: as crianças começam seguindo o exemplo dos pais, amigos e do meio. É o momento em que a aprendizagem informal predomina; (b) 6-24 anos de idade: é o momento em que ocorre a aprendizagem formal em instituições de ensino; (c) 25-60 anos de idade: adultos aprendem informalmente em espaços profissionais, e ainda por meio da tecnologia da informação, da experiência dos outros e também da própria experiência; (d) mais de 60 anos de idade: neste momento, as pessoas podem aprender atividades relacionadas à arte, música, esportes, artesanato etc. Oportunidades para aprendizagem contínua são encontradas em Universidades para a Terceira Idade, oferecidas pela Universidade de Caxias do Sul (UNTI), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UNITI) e outras.
A aprendizagem ao longo da vida é fundamentada nos quatro pilares da educação: aprender para saber, aprender para fazer, aprender para viver juntos e aprender para ser (Chiţiba, 2012). Os principais benefícios da aprendizagem ao longo da vida incluem o desenvolvimento de habilidades naturais, abre a mente, constitui uma mente curiosa, ajuda as pessoas a se adaptarem às mudanças e encontrarem sentido para suas vidas, mantêm as pessoas envolvidas e contribuintes para as sociedades, ajuda a fazer amigos e estabelecer relacionamentos valiosos, contribui para uma vida enriquecedora e autorrealizada, etc. (Chiţiba, 2012). Algumas características importantes para a aprendizagem ao longo da vida são autoconhecimento, autoconfiança, atitude positiva diante aprendizagem, ser bem organizado, colaborar com os colegas, refletir sobre a aprendizagem, e estar aberto para o aprendizado formal, não formal e informal, em qualquer momento da vida. (Choi & Kang, 2014). 
Por fim, fica a reflexão, como temos aprendido? Temos lido jornais e livros? Temos participado de cursos, palestras, conferências e discussões? Temos todas as respostas? Ou ainda precisamos fazer mais perguntas? Lifelong learning é um conceito que tem mudado a nossa forma de ver e de inserir a aprendizagem no nosso dia a dia e em nossa vida. Mas afinal, o que é “lifelong learning”? “Lifelong learning” é a construção contínua de habilidades e conhecimentos durante toda a vida de um indivíduo que busca de forma permanente, voluntária e automotivada, o desenvolvimento por razões pessoais ou profissionais (Hwang & Seo, 2012).
Collins (2009) destaca que não existe um conceito universalmente aceito de “Lifelong learning”, porém, apresenta o conceito elaborado pela Commission for a Nation of Lifelong Learners, como “um processo contínuo (nunca pára) e solidário (não é feito sozinho) que incentiva e encoraja indivíduos... para adquirir conhecimentos, valores, habilidades e entendimentos (mais do que sabemos) que serão necessários durante toda a vida (desde a primeira respiração até a última)... e para aplicar estes conhecimentos com confiança, criatividade e alegria (é positivo e gratificante) em todas as funções, circunstâncias e ambientes (e não somente em nossa vida profissional)”.
Até 1980, a aprendizagem não era considerada um processo de uma vida inteira. Isso aconteceu depois da abordagem de Malcolm Shepherd Knowles, especialista em educação de adultos, que defendeu a ideia de que “Lifelong learning” seria um princípio organizacional de toda a educação (Laal et al, 2014).
Várias formas de aprendizagem, incluindo a aprendizagem formal, não formal e informal, se unem para formar “lifelong learning” (Laal et al., 2014): (a) a aprendizagem formal é a aprendizagem que acontece em um contexto organizado. É a aprendizagem direcionada para um reconhecimento formal, certificado; (b) a aprendizagem não formal, inclui o aprendizado incorporado em atividades planejadas que não são explicitamente destinadas a aprendizagem, como habilidades adquiridas no local de trabalho; (c) aprendizagem informal, é aquela que resulta de atividades relacionadas à família, trabalho ou lazer. Pode ser considerada uma aprendizagem experimental ou acidental.
A aprendizagem pode acontecer em qualquer momento de nossa vida e em qualquer lugar (Laal et al., 2014; Laal, 2011). Por exemplo: (a) 0-5 anos de idade: as crianças começam seguindo o exemplo dos pais, amigos e do meio. É o momento em que a aprendizagem informal predomina; (b) 6-24 anos de idade: é o momento em que ocorre a aprendizagem formal em instituições de ensino; (c) 25-60 anos de idade: adultos aprendem informalmente em espaços profissionais, e ainda por meio da tecnologia da informação, da experiência dos outros e também da própria experiência; (d) mais de 60 anos de idade: neste momento, as pessoas podem aprender atividades relacionadas à arte, música, esportes, artesanato etc. Oportunidades para aprendizagem contínua são encontradas em Universidades para a Terceira Idade, oferecidas pela Universidade de Caxias do Sul (UNTI), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UNITI) e outras.
A aprendizagem ao longo da vida é fundamentada nos quatro pilares da educação: aprender para saber, aprender para fazer, aprender para viver juntos e aprender para ser (Chiţiba, 2012). Os principais benefícios da aprendizagem ao longo da vida incluem o desenvolvimento de habilidades naturais, abre a mente, constitui uma mente curiosa, ajuda as pessoas a se adaptarem às mudanças e encontrarem sentido para suas vidas, mantêm as pessoas envolvidas e contribuintes para as sociedades, ajuda a fazer amigos e estabelecer relacionamentos valiosos, contribui para uma vida enriquecedora e autorrealizada, etc. (Chiţiba, 2012). Algumas características importantes para a aprendizagem ao longo da vida são autoconhecimento, autoconfiança, atitude positiva diante aprendizagem, ser bem organizado, colaborar com os colegas, refletir sobre a aprendizagem, e estar aberto para o aprendizado formal, não formal e informal, em qualquer momento da vida. (Choi & Kang, 2014).
Por fim, fica a reflexão, como temos aprendido? Temos lido jornais e livros? Temos participado de cursos, palestras, conferências e discussões? Temos todas as respostas? Ou ainda precisamos fazer mais perguntas?

LACARLOS - REVISÃO DEPORTUGUÊS

https://www.facebook.com/pages/Lacarlos-Revis%C3%A3o-de-Portugu%C3%AAs/445988022118312

sexta-feira, 7 de março de 2014

Zoombie - from Cranberries


 ZOOMBIE 

CRANBERRIES

 

 

 

Zombie

Another head hangs lowly
Child is slowly taken
And the violence caused silence
Who are we mistaken?

But you see, it's not me, it's not my family
In your head, in your head they are fighting
With their tanks and their bombs
And their bones and their guns
In your head, in your head, they are crying...

In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie hey, hey
What's in your head? In your head
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, oh, dou, dou, dou, dou, dou...

Another mother's breaking
Heart is taking over
When the violence causes silence
We must be mistaken

It's the same old theme since nineteen-sixteen
In your head, in your head they're still fighting
With their tanks and their bombs
And their bones and their guns
In your head, in your head, they are dying...

In your head, in your head
Zombie, zombie, zombie
Hey, hey. What's in your head
In your head
Zombie, zombie, zombie?
Hey, hey, hey, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, hey, oh, ya, ya-a...

Zumbi

Outra cabeça se inclina humildemente...
Uma criança é lentamente tomada
E a violência causou tal silêncio
A quem estamos enganando?

Mas veja bem, não é comigo, não é a minha família
Na sua cabeça, na sua cabeça eles estão lutando
Com seus tanques e suas bombas
E seus ossos e suas armas
Na sua cabeça, na sua cabeça, eles estão chorando

Na sua cabeça, na sua cabeça
Zumbi, zumbi, zumbi hey, hey
O que há na sua cabeça? Na sua cabeça...
Zumbi, zumbi, zumbi?
Ei, ei, ei, oh, dou, dou, dou, dou, dou ...

Outra mãe está desmoronando
Seu coração é tomado
Quando a violência causa silêncio...
Nós devemos estar enganados

É o mesmo velho tema desde 1916
Na sua cabeça, na sua cabeça eles ainda estão lutando
Com seus tanques e bombas
E seus ossos e suas armas
Na sua cabeça, na sua cabeça, eles estão morrendo...

Na sua cabeça, na sua cabeça
Zumbi, zumbi, zumbi
Hey, hey. O que tem na sua cabeça
Na sua cabeça
Zumbi, zumbi, zumbi?
Hey, hey, hey, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, hey, oh, ya, ya-a...

PROMOÇÃO EM LACARLOS - REVISÃO DE PORTUGUÊS



APROVEITE A PROMOÇÃO
Siga  a página e deixe teu comentário que será bem-vindo para a melhoria do trabalho.
Att.
Líbia Carlos
 

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segunda-feira, 3 de março de 2014

O discurso de Luiz Ruffato em Frankfurt

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O discurso de Luiz Ruffato em Frankfurt

Fonte: Estadão
O discurso do escritor Luiz Ruffato na abertura da feira de livros de Frankurt, cujo homenageado esse ano é o Brasil, causou forte reação. Foi ovacionado por cerca de um minuto, com alguns aplaudindo de pé. Sinal dos tempos, quando artistas não falam de arte, mas de política, não tratam de temas atemporais e universais, apenas aproveitam o espaço para fazer proselitismo. Nelson Rodrigues vomitaria em vez de aplaudir de pé.
O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os limiares do século 21, de escrever em português, de viver em um território chamado Brasil. Fala-se em globalização, mas as fronteiras caíram para as mercadorias, não para o trânsito das pessoas. Proclamar nossa singularidade é uma forma de resistir à tentativa autoritária de aplainar as diferenças.
O Brasil é um exemplo de capitalismo selvagem? Não! O Brasil é um exemplo de capitalismo de estado, de patriomonialismo, de semi-socialismo, de clientelismo, tudo, menos capitalismo selvagem. O grau de intervenção estatal por aqui beira o absurdo total. O estado se mete em tudo, cuida de tudo, controla tudo, e arrecada metade de tudo. Capitalismo selvagem? Menos…
Nascemos sob a égide do genocídio. Dos quatro milhões de índios que existiam em 1500, restam hoje cerca de 900 mil, parte deles vivendo em condições miseráveis em assentamentos de beira de estrada ou até mesmo em favelas nas grandes cidades. Avoca-se sempre, como signo da tolerância nacional, a chamada democracia racial brasileira, mito corrente de que não teria havido dizimação, mas assimilação dos autóctones. Esse eufemismo, no entanto, serve apenas para acobertar um fato indiscutível: se nossa população é mestiça, deve-se ao cruzamento de homens europeus com mulheres indígenas ou africanas – ou seja, a assimilação se deu através do estupro das nativas e negras pelos colonizadores brancos.
O que seria dos proselitistas sem a vitimização eterna? O autor não cita que os “índios”, já assimilados e tudo mais, controlam hoje quase 13% de todo território nacional, a festa dos líderes oportunistas e dos corruptos da Funai. A miscigenação é uma conquista nossa, ainda que, em parte, obtida por métodos condenáveis. O fato é que, hoje, o povo é misturado, pardo. Em vez de celebrar isso, o autor prefere vender uma segregação racial que não interessa a ninguém de fato, à exceção da elite dessas “raças” e etnias que se aproveitam dos privilégios estatais.
Invisível, acuada por baixos salários e destituída das prerrogativas primárias da cidadania –moradia, transporte, lazer, educação e saúde de qualidade–, a maior parte dos brasileiros sempre foi peça descartável na engrenagem que movimenta a economia: 75% de toda a riqueza encontra-se nas mãos de 10% da população branca e apenas 46 mil pessoas possuem metade das terras do país. Historicamente habituados a termos apenas deveres, nunca direitos, sucumbimos numa estranha sensação de não pertencimento: no Brasil, o que é de todos não é de ninguém…
Nossa, parecia um discurso do PSOL em campanha política. Até quando essa gente vai usar a “elite” branca como responsável por todos os males do país? E falar em proprietários de terras ainda? O MST é um enorme latifundiário, assim como os próprios índios, e o governo também. Não obstante, a agropecuária, com menos de 30% do território, é responsável pelo crescimento econômico, por gerar riquezas e empregos, ao contrário dos assentamentos que mais parecem favelas rurais.
Convivendo com uma terrível sensação de impunidade, já que a cadeia só funciona para quem não tem dinheiro para pagar bons advogados, a intolerância emerge. Aquele que, no desamparo de uma vida à margem, não tem o estatuto de ser humano reconhecido pela sociedade, reage com relação ao outro recusando-lhe também esse estatuto. Como não enxergamos o outro, o outro não nos vê. E assim acumulamos nossos ódios –o semelhante torna-se o inimigo.
Percebe-se. O autor criou vários inimigos no semelhante. Basta ser branco e ter alguma renda razoável para ser parte dos problemas, segundo ele. Quanto à impunidade, tem que dizer isso para os petistas, que conseguiram até embargos infringentes agora, postergando a punição do mensalão. Concordo que precisamos acabar com a impunidade e instaurar o império das leis isonômicas, independente de renda, classe, “raça” ou gênero. Bandeira liberal dos capitalistas, aliás.
Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel transformador da literatura. Filho de uma lavadeira analfabeta e um pipoqueiro semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu destino modificado pelo contato, embora fortuito, com os livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida de uma pessoa, e sendo a sociedade feita de pessoas, então a literatura pode mudar a sociedade.
Paradoxalmente, após vender uma ideia de sociedade totalmente estanque com um regime de castas, ele mesmo diz que veio de muito baixo e virou parte da elite que tanto condena. Mobilidade social. Podia ser muito maior, não tenho dúvida. Se o modelo fosse efetivamente capitalista, que ele condena, e não esse intervencionismo estatal asfixiante que só favorece os amigos do rei.
Em nossos tempos, de exacerbado apego ao narcisismo e extremado culto ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por isso deveria nos despertar o fascínio pelo reconhecimento mútuo, mais que nunca tem sido visto como o que nos ameaça. Voltamos as costas ao outro –seja ele o imigrante, o pobre, o negro, o indígena, a mulher, o homossexual– como tentativa de nos preservar, esquecendo que assim implodimos a nossa própria condição de existir.
Ruffato condena o culto ao individualismo e oferece como solução categorias coletivistas. O fascínio pelo reconhecimento mútuo deveria ser entre indivíduos, não? O autor cai em contradição, pois aponta um individualismo exacerbado, e diz que isso é responsável por não enxergarmos o “outro” , seja o imigrante, o pobre, o negro, o indígena, a mulher, o homossexual.
Ora, fosse mesmo um povo individualista, cada um enxergaria indivíduos, não constructos abstratos. Quem é “o negro”? Quem é “o homossexual”? Eu não os conheço. Conheço apenas negros, gays, mulheres, todos bastante diferentes entre si. Afinal, sou individualista, não coletivista como o escritor.
Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo. Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque penso que o destino último de todo ser humano deveria ser unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui e agora.
Calafrios. É o que sinto sempre que estou diante de alguém que deseja “transformar o mundo”, vender utopias, mudar a humanidade. Confesso preferir escritores como Mario Vargas Llosa, que querem contar uma boa história, fazer arte, literatura, e não “mudar o mundo” e criar uma utopia feliz para o aqui e agora. Proselitismo não é arte, política escancarada não é literatura. E tenho dito!

domingo, 2 de março de 2014

SITEMA INTERNACIONAL DE MEDIDAS

Unidades do SI

Básicas

GrandezaUnidadeSímbolo
Comprimentometrom
Massaquilogramakg
Temposegundos
Corrente elétricaampereA
Temperatura termodinâmicakelvinK
Quantidade de matériamolmol12
Intensidade luminosacandelacd
Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a existir sete unidades básicas correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras unidades existentes. As unidades básicas do SI — posto que dimensionalmente axiomáticas — são dimensionalmente independentes entre si.

Derivadas[editar | editar código-fonte]

Todas as unidades existentes podem ser derivadas das unidades básicas do SI. Entretanto, consideram-se unidades derivadas do SI apenas aquelas que podem ser expressas através das unidades básicas do SI e sinais de multiplicação e divisão, ou seja, sem qualquer fator multiplicativo ou prefixo com a mesma função. Desse modo, há apenas uma unidade do SI para cada grandeza. Contudo, para cada unidade do SI pode haver várias grandezas. Às vezes, dão-se nomes especiais para as unidades derivadas.
Segue uma tabela com as unidades SI derivadas que recebem um nome especial e símbolo particular:
GrandezaUnidadeSímboloDimensional analíticaDimensional sintética
Ângulo planoradianorad1m/m
Ângulo sólidoesferorradiano1sr1m²/m²
Atividade catalíticakatalkatmol/s---
Atividade radioativabecquerelBq1/s---
CapacitânciafaradFA²·s²·s²/(kg·m²)A·s/V
Carga elétricacoulombCA·s---
CondutânciasiemensSA²·s³/(kg·m²)A/V
Dose absorvidagrayGym²/s²J/kg
Dose equivalentesievertSvm²/s²J/kg
EnergiajouleJkg·m²/s²N·m
Fluxo luminosolúmenlmcdcd·sr
Fluxo magnéticoweberWbkg·m²/(s²·A)V·s
ForçanewtonNkg·m/s²---
FreqüênciahertzHz1/s---
IndutânciahenryHkg·m²/(s²·A²)Wb/A
Intensidade de campo magnéticoteslaTkg/(s²·A)Wb/m²
Luminosidadeluxlxcd/m²lm/m²
PotênciawattWkg·m²/s³J/s
PressãopascalPakg/(m·s²)N/m²
Resistência elétricaohmΩkg·m²/(s³·A²)V/A
Temperatura em Celsiusgrau Celsius°C------
Tensão elétricavoltVkg·m²/(s³·A)W/A
1 Em Portugal: esterradiano.
Até 1995, havia duas unidades suplementares: o radiano e o esferorradiano (esterradiano, em Portugal). Uma resolução da CGPM (Conferência Geral de Pesos e Medidas) de então tornou-as derivadas.
É fácil de perceber que, em tese, são possíveis incontáveis (por extensão, "infinitas") unidades derivadas do SI (por exemplo; , etc.), tantas quantas se possam imaginar com base nos princípios constitutivos fundamentais. As tabelas que se seguem não pretendem ser uma lista exaustiva. São, tão-somente, uma apresentação organizada, tabelada, das unidades do SI das principais grandezas, acompanhadas dos respectivos nomes e símbolos. Na primeira tabela, unidades que não fazem uso das unidades com nomes especiais:
GrandezaUnidadeSímbolo
Áreametro quadrado
Volumemetro cúbico
Número de ondapor metro1/m
Densidade de massaquilograma por metro cúbicokg/m³
Concentraçãomol por metro cúbicomol/m³
Volume específicometro cúbico por quilogramam³/kg
Velocidademetro por segundom/s
Aceleraçãometro por segundo ao quadradom/s²
Densidade de correnteampere por metro ao quadradoA/m²
Campo magnéticoampere por metroA/m
Na segunda tabela, as que fazem uso na sua definição das unidades com nomes especiais.
GrandezaUnidadeSímboloDimensional analíticaDimensional sintética
Velocidade angularradiano por segundorad/s1/sHz
Aceleração angularradiano por segundo por segundorad/s²1/s²Hz²
Momento de forçanewton metroN·mkg·m²/s²----
Densidade de cargacoulomb por metro cúbicoC/m³A·s/m³----
Campo elétricovolt por metroV/mkg·m/(s³·A)W/(A·m)
Entropiajoule por kelvinJ/Kkg·m²/(s²·K)N·m/K
Calor específicojoule por quilograma por kelvinJ/(kg·K)m²/(s²·K)N·m/(K·kg)
Condutividade térmicawatt por metro por kelvinW/(m·K)kg·m/(s³·K)J/(s·m·K)
Intensidade de radiaçãowatt por esferorradianoW/srkg·m²/(s³·sr)J/(s·sr)

Unidades aceitas pelo SI[editar | editar código-fonte]

O SI aceita várias unidades que não pertencem ao sistema. A primeiras unidades deste tipo são unidades muito utilizadas no cotidiano:
GrandezaUnidadeSímboloRelação com o SI
Tempominutominmin = 60 s
Tempohorahh = 60 min = 3600 s
Tempodiadd = 24 h = 86 400 s
Ângulo planograu°1° = π/180 rad
Ângulo planominuto'1' = (1/60)° = π/10 800 rad
Ângulo planosegundo"1" = (1/60)' = π/648 000 rad
Volumelitrol ou Ll = 0,001 
Massatoneladatt = 1000 kg
Argumento logarítmico
ou Ângulo hiperbólico
neperNpNp = 1
Argumento logarítmico
ou Ângulo hiperbólico
belBB = 1
A relação entre o neper e o bel é: 1 B = 0,5 ln(10) Np. Outras unidades também são aceitas pelo SI, mas possuem uma relação com as unidades do SI determinada apenas por experimentos:
GrandezaUnidadeSímboloRelação com o SI
Energiaelétron-volteVeV = 1,602 176 487(40) x 10−19 J
Massaunidade de massa atômicauu = 1,660 538 782(83) x 10−27 kg
ComprimentoUnidade astronômicauaua = 1,495 978 706 91(30) x 1011 m
Por fim, tem-se unidades que são aceitas temporariamente pelo SI. Seu uso é desaconselhado.
GrandezaUnidadeSímboloRelação com o SI
Comprimentomilha marítima----milha marítima = 1852 m
Velocidade---- = 1 milha marítima por hora = 1852/3600 m/s
Áreaareaa = 100 
Áreahectarehaha = 10 000 
Áreaacre----40,47 a
Áreabarnbb = 10−28 
ComprimentoångströmÅÅ = 10−10 m
Pressãobarbarbar = 100 000 Pa

Prefixos oficiais do SI[editar | editar código-fonte]

Os prefixos do SI permitem escrever quantidades sem o uso da notação científica, de maneira mais clara para quem trabalha em uma determinada faixa de valores. Os prefixos oficiais são:
Prefixos do SI
1000m10nPrefixoSímboloDesde [3]Escala curtaEscala longaEquivalente decimal
100081024yotta (iota[2])Y1991SeptilhãoQuadrilião1 000 000 000 000 000 000 000 000
100071021zetta (zeta[2])Z1991SextilhãoMilhar de trilião1 000 000 000 000 000 000 000
100061018exaE1975QuintilhãoTrilião1 000 000 000 000 000 000
100051015petaP1975QuadrilhãoMilhar de bilião1 000 000 000 000 000
100041012teraT1960TrilhãoBilião1 000 000 000 000
10003109gigaG1960BilhãoMilhar de milhão1 000 000 000
10002106megaM1960MilhãoMilhão1 000 000
10001103quilok1795MilharMilhar1 000
10002/3102hectoh1795CentenaCentena100
10001/3101decada1795DezenaDezena10
10000100nenhumnenhumUnidadeUnidade1
1000-1/310−1decid1795DécimoDécimo0,1
1000-2/310−2centic1795CentésimoCentésimo0,01
1000-110−3milim1795MilésimoMilésimo0,001
1000-210−6microµ (mu)1960MilionésimoMilionésimo0,000 001
1000-310−9nanon1960BilionésimoMilésimo de milionésimo0,000 000 001
1000-410−12picop1960TrilionésimoBilionésimo0,000 000 000 001
1000-510−15femto (fento[2])f1964QuadrilionésimoMilésimo de bilionésimo0,000 000 000 000 001
1000-610−18atto (ato[2])a1964QuintilionésimoTrilionésimo0,000 000 000 000 000 001
1000-710−21zeptoz1991SextilionésimoMilésimo de trilionésimo0,000 000 000 000 000 000 001
1000-810−24yocto (iocto[2])y1991SeptilionésimoQuadrilionésimo0,000 000 000 000 000 000 000 001
  1. Em Portugal.
  2. sistema métrico foi introduzido em 1795 com seis prefixos. As outras datas estão relacionadas ao reconhecimento pela resolução da Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM).
Para utilizá-los, basta juntar o prefixo aportuguesado e o nome da unidade, sem mudar a acentuação, como em nanossegundo, microssegundo, miliampere e deciwatt. Para formar o símbolo, basta juntar os símbolos básicos: nm, µm, mA e dW.
Exceções
  • Unidades segundo e radiano: é necessário dobrar o r e o s. Exemplos: milissegundodecirradiano, etc.
  • Especiais: múltiplos e submúltiplos do metro: quilômetro (quilómetro), hectômetro (hectómetro), decâmetro, decímetro, centímetro e milímetro; também nanômetro (nanómetro), picômetro (picómetro) etc..
Observações
  • O k usado em "quilo", em unidades como quilômetro (km) e quilograma (kg), deve ser grafado em letra minúscula. É errado escrevê-lo em maiúscula.
  • Em informática, o símbolo "K" que pode preceder as unidades bits e bytes (grafado em letra maiúscula), não se refere ao fator multiplicativo 1000, mas sim a 1024 unidades da grandeza citada (para correção a IEC definiu o chamado prefixo binário onde 1:1024 e o uso dos prefixos da SI passaram a valer 1:1000).
  • Em unidades como km² e km³ é comum ocorrerem erros de conversão. 1 km² = 1 000 000 m², porque 1 km × 1 km = 1 km², 1 km = 1000 m, 1000 m × 1000 m = 1 000 000 m². Para fazer conversões nesses casos, devem-se colocar mais dígitos por casa numérica: em metros, cada casa tem um dígito (exemplo: 1 0 0 0 m = 1 km); em metros quadrados (2), cada casa numérica tem dois dígitos (exemplo: 10000 m × 1000 m = 01 00 00 00 m² = 1 km²); em metros cúbicos (3), cada casa numérica tem três dígitos (exemplo: 1000 m × 1000 m × 1000 m = 001 000 000 000 m³ = 1 km³).

Escrita correta de unidades SI[editar | editar código-fonte]

Nome de unidade[editar | editar código-fonte]

O nome das unidades deve ser sempre escrito em letra minúscula.
Exemplos:
  • Correto: quilograma, newton, metro cúbico.
  • Exceção: quando o nome estiver no início da frase e em "grau Celsius"
Somente o nome da unidade aceita o plural
É importante saber que somente o nome da unidade de medida aceita o plural. As regras para a formação do plural (no Brasil) para o nome das unidades de medida seguem a Resolução Conmetro 12/88, conforme ilustrado abaixo:
Para a pronúncia correta do nome das unidades, deve-se utilizar o acento tônico sobre a unidade e não sobre o prefixo.
  • Exemplos: micrometro, hectolitro, milissegundo, centigrama, nanometro.
  • Exceções: quilômetro, hectômetro, decâmetro, decímetro, centímetro e milímetro
Ao escrever uma unidade composta, não se deve misturar o nome com o símbolo da unidade.
CertoErrado
quilômetro por horakm/hquilômetro/h; km/hora
metro por segundom/smetro/s; m/segundo

Símbolo de unidade[editar | editar código-fonte]

As unidades do SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de símbolos.
Símbolo não é abreviatura
Símbolo não é abreviatura. É um sinal convencional e invariável utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de significados — no caso, as unidades SI; logo, jamais deverá ser seguido de "ponto".
CertoErrado
segundoss. ; seg.
metromm. ; mtr. ; mts.
quilogramakgkg.; kgr.
litroLl.;lts.
horahh. ; hr.
Símbolo não admite plural
Símbolo não admite plural. Como sinal convencional e invariável que é, utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de significados, nunca será seguido de "s".
CertoErrado
cinco metros5 m5 ms ou mts
dois quilogramas2 kg2 kgs
oito horas8 h8 hs

Representação[editar | editar código-fonte]

O resultado de uma medição deve ser representado com o valor numérico da medida, seguido de um espaço de até um caracter e, em seguida, o símbolo da unidade em questão.
Exemplo:
Representação correta da unidade comprimento utilizando a escala métrica
Para a unidade de temperatura grau Celsius, haverá um espaço de até um caractere entre o valor e a unidade, porém não se porá espaço entre o símbolo do grau e a letra C para formar a unidade "grau Celsius".
Exemplo:
Representação correta da temperatura utilizando a escala Celsius
Os símbolos das unidades de tempo hora (h), minuto (min) e segundo (s) são escritas com um espaço entre o valor medido e o símbolo. Também há um espaço entre o símbolo da unidade de tempo e o valor numérico seguinte.13
Exemplo:
Representação correta de hora, minuto e segundo para o tempo
Exceções
  • Para os símbolo da unidade de ângulo plano grau (°), minuto(') e segundo("), não deve haver espaço entre o valor medido e as unidades, porém, deve haver um espaço entre o símbolo da unidade e o próximo valor numérico.
Representação correta dos símbolos da unidade grau, minuto e segundo para o ângulo plano